meus álbuns favoritos
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Hoje resolvi fazer um Tropi Vault e esgurmitar mais uma vez sobre minhas obsessões. Vamos dissertar sobre meus álbuns favoritos! Essa ideia surgiu pois, recentemente, eu estava revisitando posts saudosos do Facebook (tenho apego emocional pelo que já vivi nessa rede), e me deparei com algumas publicações antigas (eu era uma usuária MUITO ativa) nas quais eu confabulava sobre meu amor pelos Beatles e outras bandas. Um desses posts era justamente isso: uma ode aos meus álbuns favoritos. O ano era 2013, e desde então, pouca coisa nessa lista mudou!
Além dos motivos acima citados, ando vivendo com o desejo de ter um compilado público de coisas que amo e que me moldaram.
ram (paul mccartney)
Apesar de amar quase igualmente esses quatro cavaleiros que vieram de uma estrela distante, que são os Beatles, a carreira solo do Paul foi a que eu mais me dediquei a escutar. Eu gosto bastante do Double Fantasy, do John, e All Things Must Pass, do George, além de algumas outras músicas salpicadas, mas acabei tendo mais contato com a do Paul.
Ram é o segundo álbum solo dele, e na minha opinião, o mais whimsical... Por anos fiz gatekeeping severo desse álbum e tive MUITO ciúmes dele, afinal, não é um álbum tão conhecido fora da bolha beatlemaniaca, mas acho que recentemente, com um empurrãozinho do TikTok, ele deu uma viralizada. Toda vez que via algum conhecido postando ele nos storys eu emanava uma pequena onda de ódio e pensava naquele meme "everything you like i liked five years ago". Enfim, quem nunca teve ciúmes de música?
tour de france (kraftwerk)
Acho que um dos motivos para a minha lista não ter mudado tanto desde 2013 é que eu não sou tão propensa a ouvir álbuns inteiros, confesso. Essa é a mais recente adição aos álbuns do meu coração, impulsionada pela minha última obsessão: o próprio Tour de France! Eu nunca fui de acompanhar esportes, mas, influenciada pelo meu namorado, comecei a assistir ao Tour, que me fez ótima companhia nas últimas tardes de costura no ateliê. Eu já conhecia o Kraftwerk, mas nunca tinha parado para apreciar de verdade. Então, lembrei que eles tinham esse álbum e passei a escutá-lo sem parar. Fun fact: ele foi lançado como comemoração oficial dos 100 anos do Tour de France.
a.m. (arctic monkeys)
Entre 2012 e 2014, eu tentei muito ser indie. Numa época em que o Tumblr estava no seu auge, eu estava vivendo meu coming of age ao vivo, na internet. Mais influente que todos os meus ídolos da época era meu irmão mais velho. Com seis anos a mais, ele era uma figura quase mitológica na minha vida, e entrar no quarto dele era uma experiência tão antropológica que eu me sentia acessando uma caixa de Pandora que guardava todos os segredos para ser cool. Ele provavelmente odiava minhas interrupções e, numa delas, enquanto ele estava numa jogatina de Minecraft com os amigos, ouvi uma música interessante tocando ao fundo. Perguntei qual era a música e, com relutância, ele respondeu que era Brianstorm, dos Arctic Monkeys. Corri para meu quarto e iniciei minhas pesquisas.
Me tornei uma ouvinte assídua da banda, e pouco tempo depois eles lançaram o A.M.. Se você também estava no Tumblr/Twitter no final de 2013, vai entender o evento que foi o lançamento desse álbum. Em fevereiro de 2014, tive o privilégio de fazer uma viagem para Nova Iorque com minha família e vi meu primeiro show dos Arctic Monkeys, no Madison Square Garden. Coincidentemente, os Beatles estavam comemorando 50 anos do Ed Sullivan Show, e a cidade estava infestada pelos besouros. No final do show, rolou um tributo à melhor banda que já existiu, e eles tocaram "All My Loving", com os vocais de Alex Turner. Foi mágico.
Enfim, obrigada, Arctic Monkeys, por terem me apresentado à Alexa Chung.
red rose speedway (wings)
Mais um do Paul! Agora, de quando ele já fazia parte do Wings. Quando descobri a música "Single Pigeon", eu só a escutava, única e exclusivamente, em dias de chuva. Ela automaticamente me transportava para uma atmosfera bucólica londrina, onde eu andava sozinha pelos canais do Regent's Park. No mesmo ano, fui para a Inglaterra com minha família, e o meu maior objetivo da viagem era, basicamente, reproduzir essas vibes. Eu era o tipo de adolescente chata que colocava os fones de ouvido e andava sutilmente atrás dos meus pais, fingindo que estava sozinha para realizar um pouquinho das minhas fanfics bobocas inglesas.
rumors (fleetwood mac)
Esse é mais recente. Até 2023, eu conhecia algumas músicas salpicadas do Fleetwood Mac, sendo mais familiarizada com os hits da banda e algumas outras das primeiras formações. O que me fez desenvolver um interesse maior foram dois eventos canônicos na vida de uma jovem mulher: a performance de "Silver Springs" em 1997, que viralizou no TikTok, e a leitura de Daisy Jones and The Six, que, btw, é bem ruinzinho. Apesar dos pesares, o livro é inspirado no lore do Fleetwood Mac, o que despertou minha curiosidade pelos desdobramentos originais.
Ao começar a consumir mais conteúdos, como músicas, entrevistas e rapidamente me apaixonar pela Stevie Nicks, resolvi ler uma biografia da rainha. Eu estava estudando... Taking notes... Assim que finalizei a descodificação, fui a um salão de moderno cortar uma franja igual à dela. Acho que isso explica bastante coisa!
cold fact (rodríguez)
Em 2017, fiz intercâmbio para a Austrália, e lá vivi um dos anos mais mágicos da minha vida. Em meados de junho, arrumei um namoradinho que me apresentou Rodríguez, e, aos finais de semana, nos encontrávamos à noite para escutar músicas numa cabana de salva-vidas observando a imensidão do oceano Pacífico até a hora do meu curfew, que era às 23h. Uma dessas músicas era "Sugar Man". Foi tudo muito romântico, até ele desaparecer e se envolver com uma conhecida minha.
Apesar desse final não ter sido muito agradável, ele foi superado rapidamente, e fico feliz por ter sido apresentada a esse artista mágico e misterioso que era Rodríguez. Se você não conhece a história dele, recomendo o documentário Searching for Sugar Man. Resumindo: ele se tornou (sem saber) um fenômeno na África do Sul, onde suas músicas bombaram e se tornaram uma trilha sonora contra o apartheid. Na época, as pessoas achavam que ele estava morto, e ele só descobriu sua fama no exterior uns 20 anos depois de ter lançado seu primeiro (de dois) álbuns. Alguns fãs sul-africanos iniciaram uma caça às bruxas para encontrá-lo e conseguiram, trazendo-o de volta ao palco. Ele morou humildemente em Detroit até sua morte, em 2023, mesmo após o lançamento do documentário que proporcionou sua fama tardia. É muito emocionante!
"Hate Street Dialogue" é minha faixa preferida.
sounds of silence (simon & garfunkel)
Hello, darkness, my old friend... Foi muito difícil escolher entre o Bookends e o Sounds of Silence, pois amo ambos pelos mesmos motivos... Mas tive que escolher um. Para mim, Simon e Garfunkel são dois emissários do cosmo que atravessaram os ecos galácticos para presentear a humanidade com as músicas mais belas que já existiram. De Bookends, "Mrs. Robinson" foi uma das primeiras músicas que aprendi a tocar no violão, e Sounds of Silence é tão bucólico... Eu amo!
brianstorm (arctic monkeys)
Vou poupar parte do contexto, pois já confabulei bastante sobre os Arctic Monkeys por aqui. A.M. é meu favorito, mas "Brianstorm" é um translado para um filme indie estrelado pelo Michael Cera. Ouvir "Fluorescent Adolescent" me lembra de quando baixei o Photoshop pirateado no uTorrent para criar icons e headers para fã-clubes no Twitter. Eu postava tudo no meu Tumblr, que pocava com esse tipo de conteúdo. Aos 13 anos, eu já tinha vivido meu dream job, e depois disso, nunca mais sonhei com trabalho.
Enfim, é isso, pessoal. No fim, esse manifesto se transformou numa trip down memory lane, o que me fez perceber que todos esses álbuns são meus favoritos pelo jeito que já me fizeram sentir, e não necessariamente pela musicalidade.
Apenas um PS: não coloquei nenhum dos Beatles, pois, para mim, é impossível escolher. Eles ocupam uma ala separada no meu coração.
Enfim, não seja tímido, deixe um comentário! Eu adoraria saber qual o seu álbum preferido e por quê.
Um beijo e um queijo,